Em tarde de Gabriel Jesus, Tite estreia com vitória nas eliminatórias

Em tarde de gala, Gabriel Jesus engoliu a bola, em Quito, soferu o penalte e marcou dois gols

 

Em tarde de gala, Gabriel Jesus engoliu a bola, em Quito, soferu o penalte e marcou dois gols
Em tarde de gala, Gabriel Jesus engoliu a bola, em Quito, sofreu o pênalti e marcou dois gols

Quito,Equador – Tite mostrou a que veio. Sem utopia ou improviso. Priorizou a estratégia, não o talento, que não está sobrando, como no passado.

Com um time compactado, sem dar chance para os rivais se aproveitarem dos 2.850 metros de altitude. Logo na estreia do novo treinador, o Brasil venceu o Equador por 3 a 0. Gabriel Jesus sofreu pênalti de Domingues. Neymar, que jogou para o time cobrou com convicção.

Mas aos 42 minutos, teria espaço para uma jogada espetacular. Marcelo cruzou e Gabriel Jesus marcou. De calcanhar. Gol maravilhoso.

Só que aos 47 minutos, o menino faria mais. Em mais um contragolpe, Neymar, não foi egoísta. Tocou a bola para Gabriel Jesus. Com personalidade, ele bateu forte, indefensável para Domingues. 3 a 0. Seu segundo gol na primeira partida pela Seleção principal. Sensacional.

“Não tinha como ser melhor. Venho trabalhando forte, sempre firme. Tite me passou confiança, pra mim tudo é novo. Em 3 anos tudo está acontecendo na minha vida. Hoje estreei na Seleção fazendo gol. Estou muito feliz, não só pelo meu jogo como pela equipe”, disse o garoto de 19 anos.

Brasil na briga

A vitória foi importantíssima na briga pela classificação para a Copa da Rússia. Os três pontos foram fundamentais. De quebra, o time de Tite quebrou um tabu de 33 anos, sem vitórias nacionais em Quito.

Não houve surpresa. A Seleção teve de se adaptar a Tite. E não Tite à Seleção. O Brasil que se viu em Quito foi muito diferente do que era nas mãos de Felipão ou Dunga.

Mesmo com apenas três dias de treinamento, o treinador colocou em prática tudo o que aprendeu com o futebol europeu. E que aplicava no seu Corinthians.

A compactação, recomposição, triangulações, marcação alta, frieza na defesa e extrema velocidade nos contragolpes. Usou seu tempo muito antes das 72 horas que teve com os atletas. Telefonou, conversou longamente com cada um. Didático, explicou várias vezes sua filosofia. E foi encaixando a equipe mesmo milhares de quilômetros de distância.

A boa estreia de Tite na Seleção
A boa estreia de Tite na Seleção

Renasce o respeito

Ele só poderia fazer renascer o respeito ao Brasil, se a Seleção respeitasse o principal fundamento do futebol. Estratégia.

Foi a modernidade que esteve por trás do Corinthians, destroçado por dois desmanches, ser hexampeão deste país. E Tite tratou de usar o mesmo sistema que fez o milagre no ano passado. O 4-1-4-1. Preencheria as intermediárias. Primeiro travaria o apetite dos equatorianos, acostumados a se deleitarem na altitude de Quito.

Sabia que a iniciativa seria do time de Gustavo Quinteros, velho carrasco brasileiro. Ele era o zagueiro central na primeira derrota da Seleção em todos os tempos em uma Eliminatória. 2 a 0 para a Bolívia em La Paz, em 1993.

Jogadores encaixados

Tite encaixou os jogadores no sistema de jogo que considerava o ideal. Colocou as coisas em ordem. Não repetiu seus antecessores. Não ficou à mercê, por exemplo, de Neymar. Como o blog revelou, os dois tiveram uma longa conversa na concentração. E fizeram um pacto.

O treinador deixou claro o quanto precisava do grande talento brasileiro atuando como uma peça fundamental do time. Mas não seria o próprio time.

O Brasil não teria vergonha de marcar. Não se obrigaria a ser a equipe ofensiva, que dá shows em todos os jogos, como está no inconsciente coletivo da população.

Não foi assim que Tite chegou à Seleção. Ele tratou de controlar o ímpeto de Neymar abaixar a cabeça e querer driblar até o gandula. Fez Daniel Alves e Marcelo só atacarem quando tivessem cobertura. E nunca ao mesmo tempo. Fez de Casemiro seu Ralf mais refinado.

Teve em Renato Augusto, e principalmente, Paulinho seus jogadores mais versáteis. Com pulmões e visão para não só para marcar, sair com a bola dominada com qualidade, mas também para definir, chutar a gol.

Tiveram atuações importantíssimas na recomposição como nos ataques em bloco. Nem meias, nem volantes. Os dois ao mesmo tempo, misturados.

Jogando de azul, a Seleçao cumpriu o seu papel e passoou fácil pelo Equador
Jogando de azul, a Seleção cumpriu o seu papel e passou fácil pelo Equador

Neymar jogando para o time, atraía dois marcadores equatorianos. Fazia aos poucos ir surgindo espaços atrás dos volantes adversários. Não foi por acaso que Renato Augusto e Paulinho surgiram com espaço para chutar, para definir as jogadas.

Gabriel Jesus foi sacrificado no primeiro tempo, tendo de se virar entre dois zagueiros fortes, mas lentos. Willian, discreto, fechava a enfiada de bola, o ‘facão’ pela esquerda que Jefferson Montero tanto gosta.

O jogador do Chelsea ajudou como pôde Daniel Alves. Lembrou um pouco o que Romarinho e Pato tanto fizeram no Corinthians, fechando o lado direito.

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