Miami, EUA – O substantivo professor, além de banalizado no futebol, ganhou conotação negativa por parte de muitos analistas quando se referem aos técnicos.
Então é na condição de ex-aluno, e dos bons, que Dunga exerce a sua profissão e aproveita os intervalos entre as atividades, como aconteceu nesta quarta-feira (3) no Sun Life Stadium, em Miami, para fazer uma pequena preleção para os jogadores. Foi no centro do campo.
Ele fala, gesticula, dirige-se ao grupo, ora aponta para um jogador em especial, ora para outro, mostra exatamente o que pretende – ele aponta os caminhos com a propriedade de quem já os percorreu como jogador.
Da teoria à prática, com a bola rolando, a pregação continua. Ele grita, incentiva, pede movimentação e não hesita em paralisar os lances que saem de maneira errada para fazer as devidas correções.
Dunga “joga” com o grupo. Defensor ferrenho da cultura do coletivo no futebol, em benefício da individualidade que caracteriza o jogador brasileiro, ele tem a liderança e a vocação necessárias para ter os jogadores sob controle e comando.
O lateral-direito Maicon, que trabalhou quatro anos anteriormente com Dunga, vê como virtude maior do técnico o fato de ele ter sido jogador. Além de ter sido um jogador vencedor, como fez questão de ressaltar.
– Ele vivenciou tudo o que um jogador passa dentro e fora de campo. Eu acho que ter sido jogador é uma credencial muito importante para alguém ser um técnico bem-sucedido. Ele já sai levando grande vantagem sobre aquele que não jogou bola. Maicon prosseguiu.
– No caso do Dunga, assim como o do Gilmar, do Tafarel, e do Mauro Silva, que estão aqui com a gente, ele ainda foi um jogador vencedor, campeão do mundo. É um exemplo a ser seguido por tudo o que fez em campo e demonstra saber passar agora.
Fonte: CBF