Ontem, no primeiro dia do ano de 2015, foi uma data festiva para a democracia brasileira, com as posses da presidente Dilma Rousseff, para cumprir o segundo mandado e dos governadores dos estados e ministros. Pela televisão acompanhei detalhadamente duas solenidades, a posse da presidente, em Brasília e a do governador do Amazonas, José Melo, os dois reeleitos.
Primeiro vou me reportar a Brasília, com a posse presidencial. Surpreendentemente Dilma Roussef, surgiu com jeito mais popular e menos arrogante, acenando com as mãos para o público, até formando um coração, prática que não se vislumbrava até a pouco tempo.
O fato é que a presidente, neste segundo tempo de mandado, não deverá navegar num mar político de tranquilidade. O momento é difícil, da mesma forma como foi difícil a sua reeleição e certamente, muitas composições políticos estão sendo feitas para eu se crie de verdade um quadro de governabilidade confiável, principalmente agora, que as forças governistas perderam significativos espaços no Congresso Nacional.
A oposição, liderada no Congresso pelo senador mineiro Aécio Neves, derrotada por Dilma nas eleições, mas como uma expressiva votação, deverá utilizar a grande força que veio das urnas para tentar encostas o Governo parece e com isso, conseguir algumas conquistas a favor da nação.
No bem elaborado discurso de posse, a presidente, finalmente reconheceu que no seu primeiro Governo aconteceram vários erros que precisam e deverão ser corrigidos. Em vários momentos citou os percalços na economia, falou de corrupção e do tenebroso escândalo da Petrobras.
Diante das dificuldades que sabe que encontrará pelo caminho, pediu apoio ao Congresso Nacional, dos movimentos sociais e da população em geral para tentar recolocar o país nos trilhos e prometeu grandes avanços na nos seus diferentes níveis educação.
Garantiu ainda que os direitos constitucionais conquistas, permanecerão e serão aprimorados, mesmo sabendo que as suas caminhadas pelo Congresso Nacional, em forma de projetos, não serão nada fáceis, mas espera o bom sendo e o nacionalismo dos congressistas para que o país possa avençar rumo a um novo porto seguro.
Da solenidade de Brasília, sintonizei a transmissão da posse de José Melo no Amazonas, ocorrida no início da noite no Centro de Convenções Vasco Vasques, onde a Assembléia Legislativa do Estado, presidida pelo deputado Josué Neto, presidiu a concorrida cerimônia.
O ritual não foi muito diferente do corrido lá em Brasília, embora em dimensões menores, mas teve hino nacional, juramento dos empossados e discurso do governador.
Num discurso de mais de 30 minutos e simples, o governador José Melo, que agradeceu especialmente o apoio do senador eleito Omar Aziz e ratificou a necessidade de um trabalho conjunto por Manaus, junto coma a Prefeitura, representado na solenidade pelo prefeito Arthur Neto.
Também no bem elaborado discurso, salpicado de pontos da sua interiorana história,José Melo, deu ênfase nas ações que serão desenvolvidas na educação e prometeu mais investimentos na saúde, segurança pública, produção no social, sem esquecer a econômica, onde garantiu a criação do Banco do Povo, para incentivar mais ainda os pequenos negócios no Estado.
Tanto lá, como cá, os discursos foram bem elaborados e interpretados com maestria. Agora é torcer para que tudo aconteça da forma como foi tudo, com as ideias e promessas saindo do papel e se transformem em realidade. Que assim seja.
*Osny Araújo é jornalista e analista político.
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