Operação Registro Espúrio aprofunda investigações a respeito de organização criminosa que atua na concessão fraudulenta de registros sindicais no Ministério do Trabalho
Brasília – Pela segunda vez, a Polícia Federal (PF) vai às ruas para cumprir ordens judiciais em investigação de fraudes no Ministério do Trabalho. Segundo o site G1, o alvo desta segunda fase da Operação Registro Espúrio é a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ). A PF aprofunda investigações a respeito de organização criminosa que atua na concessão fraudulenta de registros sindicais.
Nesta terça-feira (12/6), agentes da PF cumprem, em Brasília e no Rio de Janeiro, três mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “Além das buscas, a pedido da Policia Federal e da PGR, serão impostas medidas cautelares consistentes em proibição de frequentar o Ministério do trabalho e de manter contato com os demais investigados ou servidores do Ministério”, afirmou a PF em nota.
Prisões e buscas na Câmara
A primeira fase da Operação Registro Espúrio prendeu, no fim de maio, o ex-secretário executivo do Ministério do Trabalho, Leonardo Arantes, sobrinho do líder do partido na Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (PTB-GO).
Exonerado do cargo, Leonardo é acusado de participar do esquema de fraude. Além dele e do líder petebista, o presidente nacional do partido, Roberto Jefferson, também é investigado na operação, assim como os deputados Paulinho da Força (SD-SP) e Wilson Filho (PTB-PB). Todos negam as acusações.
Os gabinetes dos deputados Paulinho da Força (Solidariedade-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Wilson Filho (PTB-PB) foram alvo de buscas. Houve buscas também no Ministério do Trabalho, nas sedes nacionais de dois partidos políticos e de centrais sindicais.
Além da capital federal, as buscas foram realizadas em São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais. No total, o Supremo expediu 64 mandados de busca e apreensão, 15 de prisão temporária e 8 de prisão preventiva.
Deputada enrolada
Em janeiro, o Ministério do Trabalho esteve por mais de um mês em destaque nos noticiários, quando Jefferson indicou a filha, a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), para assumir o comando do ministério após a saída de Ronaldo Nogueira.
A parlamentar foi alvo de duras críticas e teve a posse barrada judicialmente por ter sido condenada em dois processos trabalhistas. A situação gerou incertezas e mais exposição à pasta, que passou um mês com uma ministra nomeada, mas sem condições de ser empossada.
O cenário ficou ainda pior porque o governo insistiu no nome, e a Justiça teve que intervir para proibi-la definitivamente de assumir o cargo. Só então, o atual ministro, Helton Yomura, ocupou o lugar da deputada.
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