Criança não namora

Criança não namora nem de bincadeira

Amazonas – “Criança não namora! Nem de brincadeira”. É a frase de apelo da campanha contra a estimulação da erotização infantil, criada pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas).

A campanha da Seas foi lançada nas redes sociais no dia 5 de abril e surgiu a partir de discussões de grupos formados por psicólogos, assistentes sociais e professores que utilizam a internet para conscientizar pais, mães e responsáveis quanto aos riscos de expor as crianças aos relacionamentos afetivos próprios da fase adulta.

A campanha conta com a parceria do blog Quartinho da Dany, da professora Dany Santos, que desde 2008 escreve sobre a proteção à infância e maternidade consciente. “Não é engraçadinho incentivar beijinhos de namoro ou declarações de amor entre as crianças. É nosso papel separar o mundo adulto do mundo infantil”, declarou Dany.

Desde o lançamento, a publicação “Criança não namora! Nem de brincadeira”, já foi curtida 92 mil vezes e obteve mais de 400 mil compartilhamentos, alcançando um número de 24 milhões de pessoas em todo o Brasil.

Orientação para os adultos

De acordo com o psicólogo e terapeuta sexual, Luiz Coderch, um dos objetivos da campanha é orientar os adultos a reconhecerem que a relação existente entre as meninas e meninos de menor idade é a amizade e que incentivar o namoro na infância pode “adultizar” e até mesmo estimular a erotização precoce.

“O adulto não deve reprimir as expressões de afetividade da criança, mas também não há necessidade de transformar relações de respeito e carinho em namoro. Conversar sobre o que é certo ou errado é sempre a melhor opção”, orientou o especialista.

Namoro na escola

Desde a publicação da campanha, a Seas vem recebendo histórias de pais de outros Estados sobre problemas associados aos relacionamentos infantis que ocorrem no ambiente escolar dos seus filhos.

Em um dos depoimentos, uma mãe da cidade do Rio de Janeiro relatou que a filha de apenas 5 anos recebeu um pedido de casamento em cartão feito pela mãe de um amiguinho do colégio. Apesar de ter exposto o acontecimento à direção da unidade educacional, ela foi aconselhada a entender que mães de meninos possuem esse tipo de comportamento.

Para Coderch, que também coordena as atividades dos Centros Estaduais de Convivência da Seas, muitos pais e professores não sabem como agir em relação ao assunto e precisam de um suporte. “Geralmente, as crianças reproduzem o comportamento dos adultos, então, esse é um problema de toda a sociedade”.

Mobilização

Durante o mês de maio, data de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, a Seas pretende mobilizar os usuários da assistência social, comunidade e escolas a debaterem o tema sobre a “adultização” e erotização das crianças nos Centros de Convivência da Família e do Idoso.

Amazonianarde

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