Manaus, AM – O contexto atual da tuberculose no Brasil e no mundo, além de medidas necessárias para o controle da doença no Estado foram discutidos nesta semana em Manaus, no Primeiro Seminário do Comitê Estadual de Tuberculose do Amazonas, realizado no auditório do Centro de Educação de Tempo Integral Gilberto Mestrinho, na zona Sul. O evento reuniu profissionais e estudantes das áreas de saúde e educação, lideranças comunitárias, autoridades e membros da sociedade civil.
Durante o seminário foram apresentados dados que colocam Manaus e o Amazonas com as maiores taxas de incidência da doença, considerando informações estatísticas oficiais do ano passado. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão Neto, Manaus sempre apresentou índices elevados de tuberculose, doença fortemente influenciada por fatores sociais e econômicos e com registros altos de abandono de tratamento.
Por isso, segundo ele, o controle da tuberculose está entre as prioridades da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). “Diminuir o número de casos novos anuais e aumentar a adesão ao tratamento completo da doença representam um desafio permanente à saúde pública”, destacou.
Dados apresentados durante o seminário pela coordenadora do Programa Estadual de Controle da Tuberculose, Marlucia Garrido, mostram que um milhão de crianças no mundo foram vítimas da doença em 2014, ano em que o Brasil apresentou 81 mil casos novos da doença, configurando-se como um dos 22 países que concentram as mais altas taxas da doença. Ainda de acordo com a coordenadora, o Estado do Amazonas apresentou, em 2015, a maior taxa de incidência da doença em nível nacional, com 73,8% dos casos concentrados em Manaus.
“Graças aos membros da sociedade civil, este Comitê Estadual se mantém desde 2009 e hoje pode realizar um evento importante como este”, disse o gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Jair Pinheiro.
O diretor-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde, Bernardino Albuquerque, que iniciou a carreira médica na Policlínica Cardoso Fontes, centro estadual de referência para o tratamento da tuberculose, também destacou a participação social para a redução dos índices da doença. ”Acredito que a sociedade civil pode colaborar, por exemplo, no combate ao abandono do tratamento. O abandono ocasiona resistência ao tratamento e a possibilidade de transmissão da doença para pessoas que têm contato direto e permanente com o paciente”.
A doença
A infectologista responsável pela Policlínica Cardoso Fontes, Irineide Antunes, esclareceu que a tuberculose é uma doença infectocontagiosa causada pelo bacilo de Koch, cujo nome científico é Mycobacterium tuberculosis. A versão pulmonar é a mais comum, porém pode ocorrer em outros órgãos como as meninges, rins e ossos.
Tosse seca ou com secreção (por um período longo de duas a três semanas), falta de apetite, febre discreta, dor no peito, suor noturno e fraqueza são sintomas da doença, mas nem sempre se manifestam em todos os pacientes. Em caso de estágio avançado, porém, o paciente pode sentir todos simultaneamente. “É importante o diagnóstico precoce para que o paciente não apresente todos os sintomas e seja mais difícil a cura”, enfatizou Irineide.
A infectologista alerta que em caso de desconfiança deve-se procurar imediatamente uma unidade de saúde.
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