Amazonas – A Associação dos Itacoatiarenses Residentes em Manaus (AIRMA), que a muitos anos realiza o Festival da Canção de Itacoatiara, a maior manifestação cultural do Município, anunciou que o Fecani deste ano seria cancelado por falta de recursos, em função da crise que atravessa o país e chegou ao Amazonas., mas, surgiu um luz no final de túnel para que essa importante manifestação cultural do interior amazonense aconteça.
Ontem, governador José Melo apresentou uma proposta de realizar no final do mês de outubro o Festival da Canção de Itacoatiara (Fecani). Em parceria com a iniciativa privada, o Governo do Amazonas já assegurou R$ 500 mil para o evento e negocia novos patrocínios empresariais. José Melo anunciou que o apoio do Governo Estadual a eventos regionais como o Fecani e o Festival da Ciranda de Manacapuru, a partir de agora, será feito com recursos captados junto à iniciativa privada. O Fecani foi cancelado na semana passada pela atual organização da festa.
Ao lado do secretário de Cultura, Robério Braga, o governador esclareceu as medidas adotadas pelo Governo para garantir a realização dos eventos do calendário cultural, mesmo diante da crise econômica. José Melo afirmou que o Fecani tem condições de acontecer e propôs parceria com a Associação dos Itacoatiarenses Residentes em Manaus (Airma), responsável pela realização do evento, ou a liberação da entidade para que o Governo assuma a organização do festival este ano.
“O Festival pode sim ser realizado. Se a associação não tem condições de fazer, o Governo quer assumir. Lanço o desafio. Se a Airma me permitir eu faço o festival no final de outubro. Mas não queremos fazer só, queremos desenvolver o festival em parceria com eles”, disse o governador.
Dentro da nova política de patrocínio, o Festival das Cirandas vai receber um montante de R$ 1,8 milhão para a edição deste ano. Com o Fecani, além do patrocínio já obtido, o governador mantém conversas com empresários para liberação de mais meio milhão de reais.
Reflexo da crise econômica e da queda da arrecadação de impostos estaduais, a mudança na política de apoio pelo governo amazonense teve sua primeira experiência com o Festival Folclórico de Parintins. Na edição deste ano, além do apoio do governo estadual, os bois Caprichoso e Garantido contaram com o patrocínio de grupos empresariais. Pela primeira vez, as duas agremiações folclóricas foram beneficiadas com recursos da Lei Rouanet, o que ocorreu a partir de uma iniciativa da Secretaria de Estado de Cultura.
“Em Parintins, fomos atrás de recursos da iniciativa privada. Reunimos um pool de empresas e conseguiu fazer. Agora têm problemas com a Ciranda e o Fecani. É lançar mão daquilo que tem. Nosso Governo foi à luta reuniu os empresários e conseguiu essa contribuição. Em uma época de crise, eu não deixaria de fazer o festival”, frisou José Melo, que está cuidando pessoalmente da captação de verbas. Em julho, ele se reuniu em Brasília com a diretoria da Coca-Cola para negociar apoio ao Festival da Ciranda e ao Fecani.
Um dos problemas frequentes enfrentados pelo Governo do Amazonas para apoiar os eventos é a inadimplência das entidades com a prestação de contas da verba recebida.
É o caso da Airma e das entidades folclóricas do Festival de Ciranda de Manacapuru, que possuem pendências na prestação de contas de convênios de anos anteriores e não podem receber verbas públicas.
De acordo com José Melo, o quadro é insustentável e é preciso maior organização das entidades para obter o apoio das empresas privadas. “Todas essas organizações têm todo o ano utilizado nossos recursos e na hora das prestações de contas não têm como ser aprovadas. Não dá mais, isso não se sustenta desta forma”, declarou o governador.
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