Braga vendeu apoio à eleição de Dilma R$ 6 milhões em 2014, diz delator

Brasil – O senador amazonense Eduardo Braga (PMDB) voltou a ser mencionado em delações premiadas da Operação  Lava Jat, pelo diretor de relaçoes institucionais Ricardo Saud, que ele teria R$ 6 milhões para apoiar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições de 2014. O senador se defende e diz que o delator simplesmente faltou com a cidade.

Braga é citado no primeiro depoimento de Saud, concedido na sede da Procuradoria Geral da República, no dia 5 de maio. A delação tem mais de 30 minutos. O trecho em que o senador é mencionado pode ser conferido do início até 7’23” do vídeo acima.

Em nota enviada à imprensa, Braga rebate as denúncias de Saud e afirma que a delação do executivo “contém erros crassos e graves” sobre ele. “No governo Dilma, Eduardo Braga foi ministro de Minas e Energia, líder do governo no Senado e nunca negociou seu apoio à ex-presidente em qualquer base. A assessoria jurídica de Eduardo Braga estuda medidas legais contra o delator”, finaliza o comunicado.

De acordo com Saud, a holding tinha uma “obrigação” com o PT no processo de reeleição de Dilma. Ele afirma que o pleito de 2014 estava apresentando dificuldades. “Tinha uma grande chance de o Aécio [Neves, do PSDB] ganhar a eleição. Então o PT começou a traçar uma estratégia um pouco diferente”, contou.

Saud diz que, a princípio, um grupo do PMDB não queria Michel Temer como vice de Dilma. A decisão de pagar propina para os senadores do partido foi oficializada em uma reunião de Joesley Batista, da JBS, com o então ministro da Fazenda Guido Mantega, que representou o PT. O primeiro pedido de propina ocorreu em “junho ou julho de 2014”, de acordo com o delator.

Seis senadores

“[O pedido ocorreu] quando estavam iniciando as pré-campanha. Tinha R$ 35 milhões destinados a seis membros do Senado, os ‘coringas’ do Senado”, afirmou.

Um desses “coringas” era Eduardo Braga. Além dele, receberam propina Renan Calheiros, Jader Barbalho, Valdir Raupp e Eunício Oliveira. Os R$ 35 milhões iniciais aumentaram para uma quantia “em torno” de R$ 43 milhões.

“Renan  ficou com uma parte maior (R$ 9,3 milhões), Valdir ficou com uma parte menos R$ 4 milhões), e o Jader, Eduardo e Eunício, com a mesma parte, R$ 6 milhões, cada um”, enumerou.

Indignação de Temer

O delator afirmou ainda que o presidente Temer ficou “muito indignado” ao saber o posicionamento do PMDB em relação a sua candidatura. “Eu fui lá com o Michel Temer em um sábado à tarde. [Ele questionou] ‘Como assim? Por que isso está acontecendo?’ (…). ‘Não pode, eu to vendo que eu to precisando reassumir o PMDB, o partido, porque eles estão passando por cima de mim’”, lembra.

Saud contou que Temer pediu até três dias para conversar com os senadores. “Eu falei: ‘Olha, isso eu não posso fazer porque eu já tenho uma ordem impressa do pessoal do PT para procurar os mesmos e começar a organizar como que eles vão querer essa propina’”, acrescenta.

Ainda de acordo com o delator, a distribuição do dinheiro foi feita em uma reunião na casa de Renan Calheiros. “Uma parte da propina foi feita em dinheiro vivo, uma parte em doações simuladas de oficial e uma parte em notas fiscais não prestado o serviço”, finalizou.

Amazonanarede-G1

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