Brasilia – A suspeita de que a empresa que processava as operações para o governo está envolvida na Lava-Jato motivou a decisão dos bancos por tempo indeterminado. Segundo a Febraban, instituições financeiras estão revendo a participação no convênio
Devido a esquema da operação Lava-Jato, bancos privados suspenderam a concessão de novas operações de crédito consignado para os servidores públicos federais. Em nota, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) informou ao Fato Online que “os bancos estão revendo sua participação no convênio firmado entre a Associação Brasileira de Bancos e as autoridades públicas.”
A Febraban afirmou ainda que as instituições financeiras estão acompanhando o caso do ponto de vista técnico, “com o objetivo de colaborar com o Ministério do Planejamento na migração para um novo sistema de servidores”.
A suspensão é por tempo indeterminado. Mas, para os empréstimos já feitos, nada muda e o desconto da parcela prevista em contrato continuará sendo feito normalmente. A decisão também não atinge servidores estaduais, municipais ou aposentados da Previdência Social.
A empresa Consist era contratada da Associação Brasileira de Bancos e do Sindicato Nacional das Empresas Abertas de Previdência Complementar para administrar o software que permite concretização das operações de crédito consignado dos servidores federais.
Para que sejam concedidos os empréstimos consignados aos servidores, os bancos precisam obter informações sobre a margem consignável dos interessados no crédito e isso ocorre por meio da ABBC que tem um acordo de cooperação com o Ministério do Planejamento. Na última quinta-feira (13), o Ministério informou que, em até 30 dias (a contar do dia 13 de agosto), será rescindido esse acordo e o Serpro assumirá a tarefa de informar aos bancos os dados sobre as margens consignáveis dos servidores.
Lava-jato
Na última quinta-feira, a Polícia Federal e o Ministério Público anunciaram a 18ª. Fase da Operação Lava-jato e informou que, segundo delações premiadas, haveria um acordo que serviu de fonte de desvio de recursos para operadores do esquema investigado envolvendo a empresa Consist.
Pelo menos R$ 52 milhões teriam sido desviados, conforme informações da PF e do MP.
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