MANAUS – O prefeito Arthur Virgílio Neto deverá encaminhar, nos próximos dias, em regime de urgência, para a Câmara Municipal de Manaus (CMM) um Projeto de Lei para proibir a construção de novos presídios no perímetro urbano da capital. A informação foi divulgada pelo próprio prefeito, nesta quarta-feira, 4, durante a abertura da vacinação contra o HPV para meninos, realizada na UBS Fátima Andrade, localizada na Cidade Nova, zona Norte da cidade. Na ocasião, ele lamentou os prejuízos causados à imagem turística da capital amazonense, conquistados com a realização da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos.
A medida é uma resposta à guerra entre facções criminosas dentro das unidades carcerárias de Manaus, que resultou na morte de 60 detentos durante a rebelião ocorrida no último dia 1° de janeiro, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). Esse é o maior massacre em presídios do Amazonas e o segundo maior do Brasil, ficando atrás apenas da Chacina do Carandiru. Ao todo, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), 184 detentos também fugiram do Compaj e do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat).
“Vamos mexer no Plano Diretor para proibir que novos presídios sejam construídos dentro do perímetro urbano de Manaus pela simples razão de garantir a segurança do povo que eu governo, porque numa situação de fuga, como a ocorrida, até que esses bandidos cheguem à capital terão que enfrentar muitas barreiras”, defendeu o prefeito.
Para Arthur Neto, foi completamente inadequada a transferência de presos de alta periculosidade para a Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, no Centro de Manaus e que já havia sido desativada. “Aquilo é mais uma peça histórica, que poderia até virar um Museu da Polícia, qualquer coisa, menos um presídio”, frisou.